Valorizar o corpo: onde você está errando?

Ter estilo é expressar e realçar o que a gente tem de melhor, não só na personalidade, mas também fisicamente. Então por que tantas mulheres se queixam que, mesmo munidas de informações e roupas que gostam, sentem que não conseguem se vestir para valorizar o corpo?

Em X anos de trabalho como consultora de estilo, eu percebi que alguns erros são muito frequentes. E eles acontecem porque nós somos ensinadas, desde muito cedo, a acreditar que nosso corpo é inadequado e cheio de defeitos.

Veja se você também cai em alguma dessas ciladas que atrapalham na hora de se vestir para valorizar o corpo.

Olhar só para fora

A gente passa tanto tempo na vida se comparando com o outro que sequer conhece o próprio corpo. Possivelmente, você se encara no espelho procurando defeitos e lamentando não ter as pernas da Ana Hickmann ou a barriga da Paola Oliveira. Mas como são, afinal, as suas pernas? E as suas proporções?

Tente se observar sem roupas e sem julgamentos. Encare-se com curiosidade para descobrir como você é.

Focar no que não gosta

A maioria das pessoas começa a se vestir pela parte que acha feia. E aí, acaba atraindo as atenções para esse pedaço do corpo. Depois, se olha no espelho procurando defeito e dá de cara com um letreiro de neon destacando justamente aquilo que não gosta em si mesma, o que só reforça a autocrítica.

Outro efeito negativo desse hábito é que a pessoa sai de casa com um look que não é bem aquilo que queria, só porque acha que daquele jeito está disfarçando um suposto defeito. Além, é claro, do sentimento de inadequação.

Então bora reprogramar esse olhar. Afinal, como é que a sua roupa vai valorizar o corpo que você tem, se você mesma não faz isso?

Comece a se vestir para destacar aquilo que você ama em si mesma. Esse é um passo importante para mudar a maneira de se olhar.

Além de você passar a se encarar de maneira mais gentil, vestir-se para verdadeiramente valorizar o corpo pode fazer você descobrir que aquele suposto defeito sequer existe.

Muitas clientes de consultoria, depois que pararam para se olhar, descobriram cintura onde achavam que não tinha, um quadril maior do que achavam… Porque antes não viam o próprio corpo, mas a ilusão de ótica que a roupa estava criando. E essa ilusão de ótica era resultado do que? De começar a se vestir focando no que não gosta.

Prender-se ao passado

Você já parou para pensar que aquela característica física que causou sofrimento no passado pode ter virado a sua marca registrada?

Um bom exemplo é a cantora Barbra Streisand e o nariz dela. No começo da carreira, Barbra ouviu muitos nãos por causa do nariz. Mas ela se recusou a fazer uma plástica para transformá-lo em um narizinho arrebitado e hoje é a característica física mais marcante da cantora. Talvez ela sequer fosse A Barbra Streisand se não tivesse essa marca registrada.

No seu caso, pode ser o nariz, ou a boca, o pescoço… Seja lá o que for, talvez as pessoas que mais gostam de você enxerguem essa característica como parte importante de quem você é.

Não é uma questão de bonito ou feio, até porque ninguém tem a obrigação de ser bonito. Mulher nenhuma está nessa vida para ser enfeite. Mas talvez você não esteja se permitindo usar o que quer, fazer o que quer, por causa de algo que, no fundo, é a sua assinatura.

Um bom exercício para aprender a se vestir de modo a valorizar o corpo é listar 10 características suas pelas quais você é grata, sendo 5 físicas e 5 de personalidade. A cada look que você montar, vá fazendo ajustes para que as características da lista – e só elas – estejam em evidência.

É importante sair da mentalidade de autodestruição. E se você não começar mudando os pensamentos sobre si e a maneira como se vê, acredite, roupa nenhuma vai fazer você se sentir melhor.