quantidade ideal de roupas

Qual é a quantidade ideal de roupas?

13Eu sempre falo sobre como é importante a gente construir um guarda-roupa só com peças que façam sentido na nossa vida. Mas quantas peças? Muitas? Poucas? Cinco? Cento e cinquenta? Afinal, qual é a quantidade ideal de roupas?

Sem delongas, eu já vou te dizer logo de cara que não existe essa de quantidade ideal de roupas no armário. Eu abomino armário cápsula, lista de roupas “básicas” que todo mundo tem que ter, peças coringas, e todas essas tentativas de padronizar guarda-roupas.

Mesmo assim, eu entendo que nesse processo de comprar o que realmente é necessário e de se despedir do que não faz sentido, bate uma dúvida sobre como não se exceder nem no destralhe, e nem nas compras.

De quantas peças você precisa?

Uma informação importante sobre isso é que estilo é repetição de elementos que fazem sentido para você. E por repetição de elementos eu não quero dizer repetição de peças. Então, se você comprou uma blusa preta e adorou, por favor, não volte na loja para comprar a mesma blusa em roxo, cinza, verde musgo e amarelo ocre. Porque, se você fizer isso, vai acabar ficando com a Ruth e a Raquel, duas peças gêmeas que parecem idênticas. Mas, como diz o Tonho da Lua, a Ruthinha é boa, a Raquel é má. A Ruthinha é a peça que você ama e usa sempre. A Raquel é aquela que sempre parece ter algo errado e que não surte o efeito desejado.

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Imagem: Uol

Quando eu falo de repetição de elementos, estou me referindo a, por exemplo, aqueles detalhes que deixam as peças mais românticas como você: babados, tecidos fluidos, e tudo o que te remeter à doçura que é parte da sua personalidade – se for mesmo. E quando você encontra uma peça que é exatamente tudo o que você mais ama e mais precisa, assunto resolvido. Você não precisa de várias iguais, porque aquele espaço que precisava ser preenchido, já foi.

Montar um guarda-roupa é aliar as suas necessidades, a sua rotina e o tipo de ambiente que você frequenta, e descobrir quais peças se encaixam nisso tudo. Se você trabalha de uniforme e nas horas vagas só treina triatlo e fica em casa vendo séries, não faz sentido comprar um vestido de paetês super de balada, mesmo que você ache bonito e não tenha nenhum, certo?

Na dúvida, tem um princípio que ajuda bastante nas compras: cada parte de cima que entra no seu guarda-roupa tem que ter pelo menos duas partes de baixo que combinem. E cada parte de baixo tem que ter pelo menos três partes de cima que combinem. É claro que essa regra é só o começo e quanto mais roupa combinando, melhor. Mas ela é útil para evitar que cada compra gere a necessidade de novas compras, criando novos problemas em vez de resolver os que você já tinha. Até porque, se você viu uma saia que não combina com nenhuma blusa sua, provavelmente ela não tem tanto assim a ver com o seu estilo.

Uniforme não é solução

quantidade ideal de roupas

Foto de Ylanite Koppens no Pexels

Se você tem várias peças parecidas mas usa todas com frequência e se sente ótima em todas, tudo bem. Mas há quem caia naquela ideia de que devemos ser discípulas de estilo de Mark Zuckerberg e só vestir calça jeans e camiseta cinza, para ter um desgaste mental menor na hora de escolher roupas.

Eu até concordo que, quando a gente tem muita coisa no guarda-roupa e tudo é muito diferente, vai precisar fazer muitas escolhas logo cedo e passar por um processo cansativo todos os dias, na hora de se arrumar. Mas isso não quer dizer que você deve trocar escolhas que façam sentido para você por meia dúzia de peças que não têm nenhuma conexão com a sua personalidade. Eu já até falei sobre o problema deste uniforme aqui.

Quando todo o seu guarda-roupa está completamente alinhado ao seu estilo, suas escolhas ficam muito mais fáceis e rápidas. Mas, para isso, você precisa ser muito criteriosa na hora de comprar.

Então, fica a dica: se você quer otimizar seu tempo, em vez de apostar no uniforme, dedique-se a fazer boas compras.

Leia também: Guarda-roupa compartilhado, como e onde encontrar

Foco no que é versátil

Às vezes, um emprego exige que a gente use determinado tipo de roupa. E aí, como é uma obrigação, a gente separa em categorias: roupa de trabalhar e roupa de ser feliz. E elas são como água e óleo, não se misturam de jeito nenhum.

No entanto, isso também faz com que você tenha mais roupas dentro do armário e nem sempre com necessidade. Se a empresa te obriga a usar camisa branca, por exemplo, você pode comprar uma camisa clássica e super alinhada, mas que não tem a ver com você, ou uma camisa com tecido natural, também alinhada, mas com detalhes que estejam conectados com o seu estilo. E aí, essa camisa se torna versátil, porque se usada mais aberta e com um shortinho jeans, vai bem num churrasco, ou numa ida ao cinema.

A maioria das peças é adaptável. Calça de alfaiataria pode ser usada com tênis, saia lápis azul marinho também combina com camiseta podrinha, e por aí vai. Mas as adaptações só fazem sentido se cada um dos itens tiver a ver com o seu estilo.

Na hora de destralhar

Tá com medo de se livrar de roupas que não quer mais e se arrepender depois? Acha que depois do destralhe não vai ter o que vestir? Então vá com calma.

O primeiro passo é fazer um desapego de cada vez. Se você descobriu que as três calças pretas que usa para trabalhar não são que você queria, vá em busca de uma calça que seja incrível, que vista bem, que tenha a ver com você, que seja confortável e que esteja adequada ao dress code da empresa. E vá sem pressa, esmiuçando cada loja com muita calma até ter certeza de que vai fazer uma ótima compra. Só depois de resolvida a primeira calça, você desapega de uma das três que está no guarda-roupa. Aí pode passar para a busca da segunda calça. E assim, sucessivamente.

Fazer o destralhe por etapas vai evitar que você tenha pressa em repor o que mandou embora e acabe comprando algo mais ou menos. Afinal, mais ou menos por mais ou menos, é melhor ficar com o que você já tem, né?

Outro ponto importante do desapego é olhar primeiro para o que você já tem. Sabe aquelas peças que ficam entocadas no armário, só esperando uma ocasião especial que nunca chega? Será que não é melhor botá-las pra jogo em vez de comprar mais roupas? Talvez, olhando bem o seu guarda-roupa, você descubra que não precisa fazer compras.

Por fim, pense se as peças que você separou porque não gosta realmente são caso perdido. Um vestido que tem uma cor bonita, mas uma gola que te incomoda, pode ser reformado por uma boa costureira e ganhar um decote legal, ou até virar uma saia. Reeditar o que você já tem é muito mais barato para o bolso e para o meio ambiente do que desapegar e recomprar.

Não tem quantidade ideal de roupas para ter no armário. Mas você pode seguir esses critérios que eu listei aqui para evitar acumular tralhas desnecessárias ou abrir mão de roupas demais e se arrepender depois.

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