Livros para entender o próprio estilo

Livros para entender o próprio estilo

Estilo é autoconhecimento. Por isso, os melhores livros técnicos podem não te ajudar a entender o seu. Com essa premissa em mente, eu quero te indicar livros para lidar melhor com o próprio estilo que não falam sobre estilo.

Parece que não faz sentido, eu sei. Mas, pra gente compreender quem é e como quer se projetar no mundo, precisa refletir sobre algumas ideias que não fazem sentido, mas que foram incutidas na nossa mente desde sempre.

O papel que querem que façamos na sociedade, as regras que uma mulher supostamente deve seguir, e o que a gente pode descobrir sobre nós mesmas quando se liberta dessas caixinhas são algumas das reflexões importantes. Pensar sobre essas questões pode dar um impulso e tanto nesse mergulho em si mesma. E esses livros que quero indicar pegam a gente pela mão e conduzem lindamente por parte desses processos.

Hábitos atômicos

Não adianta só entender o que a gente quer expressar pela imagem – é preciso construir maneiras de fazê-lo no dia a dia. Por isso, repensar velhos hábitos e adquirir novos é fundamental para esse processo dar certo. E é aí que entra esse livro, o melhor que já li sobre organização e produtividade – e olha que já li vários!

O autor, James Clear, oferece um método eficaz para abandonar maus hábitos, criar bons hábitos e, com isso, conquistar objetivos.

Faça Acontecer

Tenho ressalvas com esse livro porque foi escrito pela diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg. Mesmo assim, é uma leitura interessante, porque ajuda a pensar muito sobre gênero, sobre a mulher no mercado de trabalho e como a gente se posiciona e se enxerga.

É claro que, dentro dessas questões, há diferentes vieses – afinal, a experiência da mulher negra no mercado de trabalho costuma ser bem diferente da experiência da mulher branca, em termos de oportunidades e acesso. Mesmo assim, o livro é um bom ponto de partida para essas reflexões.

O Paraíso São os Outros

Eu sou apaixonada pelo escritor português Valter Hugo Mãe e poderia indicar vários livros dele. Mas esse é especial porque pode ser lido em menos de uma tarde. É, supostamente, um livro infantil, e a história é mesmo contada pelo olhar de uma criança. Mas os aprendizados são profundos.

A pequenina protagonista olha o mundo, olha o que é o amor, e nos faz pensar em várias coisas, dando uns petelecos nas ideias sem que a gente perceba. Além de toda a sabedoria contida na história, há ainda a escrita fluida, poética e deliciosa do autor.

Do Less

Kate Northrup é mais conhecida por conta da sua atuação como educadora financeira, sobre a qual não posso falar porque não acompanho. Mas uns 2 anos atrás, na época em que o livro Do Less foi lançado, me senti ‘perseguida’ por ele e pelo assunto que aborda. Dei uma chance à leitura e acabei gostando bastante da proposta.

Kate propõe que se repense a produtividade, levando em consideração o ciclo hormonal. A ideia dela é que a gente possa se planejar de acordo com as variações que o nosso corpo sofre ao longo do mês. É bizarro como, por tantas gerações, a gente foi ensinada a se desconectar completamente do nosso corpo e do funcionamento dele a ponto de não saber o quanto algumas oscilações são simplesmente normais, né? Por isso, deixo este como dica pra quem lê em inglês, já que, infelizmente, ainda não foi lançado em português.

O Corpo na História

Esse livro entrou na minha vida totalmente por acaso. Vi que estava disponível gratuitamente na loja do Kindle, fiquei curiosa e li. Foi uma grata surpresa. O autor, José Carlos Rodrigues, faz um estudo sobre a representação do corpo em diferentes momentos da história, a começar pela Idade Média, e vai traçando um panorama histórico e político sobre o tema.

Mulheres que Correm com os Lobos

De todas as indicações, essa é com certeza a mais densa. Escrita pela psicanalista Clarissa Pinkola Estés, é uma obra para ser digerida aos poucos, e que pode levar anos para ser lida até o fim.

O livro reúne contos populares de diversas partes do mundo que são recolhidos e interpretados pela autora. Nas discussões sobre as histórias, Clarissa aborda o encontro da mulher com a própria essência, a mulher selvagem – algo mais profundo e revelador do que a sabedoria ou a intuição. Esse reencontro, embora complexo, é transformador e profundamente necessário, em especial em uma cultura que há séculos trabalha para transformar as mulheres em um animal doméstico.

Os contos, mitos e histórias dos quais Clarissa parte para mostrar como a gente pode se reconectar com atributos femininos que ficaram pelo caminho não são de fácil digestão – e a linguagem também não é das mais acessíveis. Sendo bem sincera, este livro pode ser um belo tabefe nas ideias.

E sei que ele divide opiniões, mas eu considero um livro necessário.

Alguns capítulos/contos já inspiraram exercícios dos meus cursos e frequentemente recomendo algum mais específico para minhas alunas e clientes.

Já não me lembro de onde tirei a ideia, mas transformei esse livro em oráculo: quando sinto que preciso de uma orientação, abro em alguma página qualquer, leio o conto que está ali e vejo qual mensagem preciso tirar dele.

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Sugestão extra pra você

Se o seu desejo é ler um livro que fale diretamente sobre estilo, mas sem regrinhas e “tem que”, minha recomendação é o Liberte Seu Estilo. Escrito por esta que vos fala, ele foi todo pensado para pegar você pela mão e levar para uma jornada de conhecimento do próprio estilo, bem como de descoberta de possibilidades para expressá-lo.

O Liberte Seu Estilo está disponível em versão digital na loja Kindle. Você pode ler por qualquer dispositivo (celular, computador ou tablet), basta instalar a aplicação.

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