Como definir o próprio estilo?

Como definir o próprio estilo

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Várias vezes por semana eu recebo mensagens de mulheres que precisam de dicas de como definir o próprio estilo. A resposta para esses pedidos não é tão simples, mas antes de mais nada, bora entender o que, afinal de contas, é estilo.

Estilo é a um conjunto de características que só você tem: todas as coisas que te constituem, a maneira como você combina os seus gostos e aspectos da sua personalidade. O estilo coordena o conjunto de informações que se manifesta por meio da sua aparência, mas não só, e está intrinsecamente ligado ao seu jeito de ser.

Por isso, todo mundo tem estilo e cada estilo é único. Você pode até ter gostos parecidos com os da sua amiga, ou admirar o estilo de uma mulher famosa. Mas o seu estilo não é igual ao de nenhuma delas.

Justamente porque o estilo está dentro, e não fora de cada mulher, é que não é possível criá-lo, mudá-lo, inventá-lo, transformá-lo ou pegar um estilo pronto de outra pessoa. É preciso mergulhar num processo de conhecimento de si mesma e do próprio armário para descobrir aí algumas ideias, alguns padrões e o que eles têm em comum – e aí, então, descobrir o próprio estilo.

Mas é possível, sim, definir o próprio estilo no sentido de torná-lo mais nítido. E se esse é o seu objetivo nesse momento, eu posso te ajudar com algumas reflexões e questionamentos.

5 coisas que você precisa saber sobre como definir o próprio estilo

  1. Estilo não muda. Você pode até ter sido do heavy metal na adolescência e virado pagodeira na fase adulta, mas pode ter certeza de que há um fio condutor entre todas as suas transições. Então, algumas informações podem até mudar com o passar dos anos, mas o estilo, em essência, permanece o mesmo. É claro que estamos em constante transformação, e o filósofo pré-socrático Heráclito, o pai da dialética, disse que “Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, tampouco é o homem”. Mas há uma segunda ideia relacionada ao estilo, e complementar a essa, que veio de Parmênides, e diz que o Ser é uno, é eterno, e que a essência das coisas não muda;
  2. Descobrir o próprio estilo é um processo. Você não vai encontrá-lo descrito em uma revista de moda, e nem tem certo e errado em matéria de estilo. Para encontrar o seu estilo e defini-lo, torná-lo mais nítido, vale olhar para as informações das roupas que você já tem e entender qual é o padrão do que você gosta. Você pode descobrir suas preferências sobre estrutura de material, predominância de tipo de linha, para onde o olhar corre no look… Mesmo que sejam totalmente distintos, você certamente tem padrões;
  3. Vestir-se bem é diferente de ter estilo. Conhecer o dress code de cada ocasião e escolher as roupas adequadas a ele tem seu valor. Mas isso, por si só, não é sinônimo de estilo. O estilo entra nessa jogada quando você consegue conciliar o que a situação pede com aquilo que você quer expressar e mostrar sobre si mesma;
  4. Saber qual é a sua cartela de cores não vai resolver sua vida. Existe um fetiche na consultoria de estilo chamado cartela de cores. Há quem contrate consultora de estilo só para fazer análise cromática. Mas deixa eu contar um negócio: não adianta saber quais são as suas cores se você não souber o que fazer com elas. Até porque, a questão da cartela de cores é meio intuitiva, então é bem provável que uns 50% do seu armário já esteja seguindo a sua cartela. Então, é muito mais importante identificar o próprio estilo, treinar o olhar, descobrir maneiras de adequá-lo a diferentes ocasiões, e só então complementar todo esse conhecimento com a análise cromática (isso se você continuar sentindo necessidade de saber qual é a sua cartela, porque muitas clientes percebem, depois de um processo de consultoria, que isso nem é tão importante assim…);
  5. Se você quer jogar o armário todo no lixo, o problema não está aí. Quem nunca desejou, lá no fundo, que uma daquelas pessoas grosseiras de programas de estilo entrasse na sua casa, arrancasse todas as suas peças dos cabides, jogasse tudo em um barril e incinerasse? Essa vontade de começar tudo do zero faz parte da vida, mas não caia em tentação. Se você acha que o seu guarda-roupa tá todo errado, o problema não está nele. Algum outro campo da vida está precisando de atenção e algumas mudanças, e pode ser o trabalho, os relacionamentos… Seja lá o que for, cuide disso primeiro, mesmo que precise do apoio profissional. E só então, com a vida resolvida, encare o guarda-roupa. Isso vai evitar que você se arrependa de doar peças valiosas, que faça compras por impulso e que desperdice recursos com novas roupas que também não vão fazer sentido.

Com qual desses tópicos você se identificou mais? Quero saber como anda o seu processo de definição do próprio estilo.

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