Sobre se vestir para si e não para os outros

De tempos em tempos, ouço que não importa como os outros nos veem e que mensagem comunicamos tanto na vida profissional quanto na pessoal. Algumas clientes ainda ressaltam que buscaram o serviço porque querem cuidar de si por si mesmas, não pelos outros.

Esse pensamento faz super sentido e não deixa de estar certo, mas só até a segunda página. Em 1º lugar, porque a gente vive em sociedade. Pois é.

Por mais que a gente tenha que se amar antes de qualquer outra coisa (e é quando a gente se ama e se cuida que se torna mais capaz de fazer isso por outros também), não vivemos em uma ilha deserta.

Para trabalhar, você precisa de outros. Para dividir interesses, debater pontos de vista e formar uma opinião, para formar uma família… Para tudo, absolutamente tudo, a gente precisa das outras pessoas. Até quando estamos sós e queremos ver um filme (alguém precisa criar/dirigir/atuar), ouvir uma música, ler um livro ou simplesmente refletir sobre a nossa vida. Os outros contam. E você conta para eles também.

Eu já tinha cantado aqui aquela bola sobre como todo mundo se constitui pelo Outro. Freudão dizia isso, Lacan também, e, pelo menos até onde eu estudei da teoria psicanalítica, não tem um que diga que o outro não importa. Seja ele grande ou pequeno.

E mesmo quando você já está aí, “prontinha”, ainda precisa. Pode parecer controverso, mas para que você esteja bem, se sinta bem e atinja seus objetivos, você precisa que as pessoas que você considera importantes a aceitem e ajudem nisso, que os seus colegas te respeitem, que os clientes te contratem… Enfim, que gostem de você.

Do jeito que você é, é claro. Não estamos falando aqui de deixar de ser quem somos, e provavelmente aí que mora o equívoco, mas de assumir nossa personalidade para que fique mais claro para as pessoas que queremos atrair que elas podem se aproximar. E esse é o ponto principal.

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