Um mergulho pelas minhas fotos antigas

Nos últimos 3 anos eu mudei de casa 2 vezes. Numa dessas eu também mudei de cidade e vim pra São Paulo.
Eu não sou o tipo de pessoa que faz meias mudanças. Quando saí de Santos, mesmo ainda tendo a casa da minha vó por lá, trouxe absolutamente todas as minhas coisas comigo. O que não veio foi doado ou descartado.

Durante esse tempo, fui fazendo várias limpezas que se tornaram mensais. Muita coisa foi liberada pelo caminho pra que eu pudesse me manter inteira, e eu fui mandando mais coisas embora enquanto me prometia que a próxima tarefa seria organizar alguns monstrinhos que restavam – como a caixa imensa com as fotos da minha infância.

Não preciso dizer que a caixa foi ficando, né?

Corta pra sexta passada. Esbarrei em uma matéria da Liane Alves, na Vida Simples, contando sobre como foi pra ela, toda desapegadona, seguir os passos do livro “Jogue Fora 50 coisas”, e resolvi embarcar em mais uma limpa guiada.

Comprei o livro já sabendo que a história não é bem como parece, porque a autora conta coisas da mesma categoria como um item só. Por exemplo, se você jogar fora/doar 3 batons e 48 livros, você só acrescentou 2 coisas na sua lista.

Mas sendo eu a louca do destralhe, convencida de que não tinha muito mais do que móveis pela casa, comecei a leitura fazendo um acordo comigo mesma: de que eu poderia chegar em 20 e me dar por satisfeita.

Pausa para a gargalhada histérica.

Enquanto escrevo, estou emperrada no 3º capítulo e já foram quase 40. Quarenta coisas. Aliás, 40 pela contagem da autora. Pela minha, devem ter ido umas 150.

Mas adivinha por que o livro tá lá parado?

Sim. A bendita caixa de fotos.

Entre uma linha e outra deste e-mail, escaneio mais uma leva das fotos que eu pacientemente separei por data, filtrei e agora estou digitalizando pra guardar sempre comigo. E, menina, que viagem no tempo!

Foto Érica Minchin MeninaImagem: arquivo pessoal

Talvez você só me entenda se também fez isso por aí – se você nunca se propôs a essa atividade, eu recomendo, apesar do trampo. Mas entre lembranças dos parentes que já se foram, viagens que deixaram saudades e aquela blusa que eu usei por todo o inverno de 1997, estou refazendo o longo percurso da minha relação comigo mesma.

No formato novo da consultoria e na Jornada Consciência e Estilo, eu proponho um exercício com fotos. Então eu já entendia a importância delas, mas organizar absolutamente todas assim, de uma vez, tá levando isso pra outro nível.

A cada imagem eu vou vendo não só como o meu estilo se formou em tudo o que eu já tive, mas conforme vou resgatando lembranças enxergo como a minha relação comigo mesma foi montada e transformada.

Revi todos aqueles momentos da minha vida em que eu me achava enorme (como se tivesse algo errado com isso), mas tinha os braços tão mais finos. Lembrei de todas as coisas que não estão nas fotos porque eu não pude fazer, por causa de uma crença ou outra, e que hoje não passam de uma grande bobagem – inclusive estão bem incorporadas na minha vida.

Para além das imagens, lembrei das coisas que me disseram e também das coisas que eu nunca disse. Me coloquei de frente com tudo o que eu sentia falta de ter sido e também com o que eu nunca me permiti ser.

Curioso começar esse exercício por causa do meu sonho antigo de conseguir levar a vida inteira em uma mala de viagens (apesar de não me reconhecer como uma minimalista), mas descobrir o quanto de bagagem eu ainda continuo a carregar.

Às vezes, tudo o que a gente precisa é olhar pra trás pra poder ver à nossa frente com clareza.

Aí eu lembrei das minhas clientes. As reações que eu tive com as minhas fotos são as mesmas que muitas das minhas clientes têm pelas roupas.

Desde aquelas que me procuram na vontade de jogar o armário inteiro fora e começar do zero até as que não conseguem processar a ideia de desapegar. Lembrei das que entocavam meia vida no maleiro, como se o fato das roupas se esconderem ali fosse resolver todos os problemas que representavam.

Pode ser que você que está me lendo agora se encontre em algum desses extremos também. Se for o caso, me conta aí: que bagagem você anda carregando além das coisas – especialmente aquelas que estão escondidas naquela caixa que te espera há tanto tempo?

O que essa vontade de jogar tudo fora ou esse medo de não tocar em algumas coisas andam dizendo de outras questões da sua vida?

Topa revisitar?

COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER QUANDO

Tá afim de dar uma cutucada nas fotos e no armário, mas não sabe bem como vai ser isso

Pra dar um gostinho a quem não faz ideia de como a consultoria funciona, a gente documentou os atendimentos que eu fiz com a Flávia Ferrari. O primeiro episódio, em que ela conta o que esse processo movimentou dentro e fora dela já foi ao ar no domingo. Clica pra ver!

Quer deixar a caixa ali quietinha e focar em questões mais práticas

Tá tudo bem, também. Deus sabe como eu enrolei por anos até criar coragem de fazer isso. Nessa semana, eu respondi uma das dúvidas mais pedidas no canal: como combinar roupa e sapato. Esse é um tema bem complexo e abrangente, mas se você fica na dúvida e não sabe por onde começar, assiste o vídeo por aqui.

PRA CELEBRAR AS COISAS SIMPLES

Uma das coisas mais legais de passar esse filtro na vida toda é ver como as coisas simples são as que fizeram a maior diferença ao longo da vida. Mas você não precisa pegar o túnel do tempo para fazer isso. Às vezes, só sentar quietinha e ouvir uma música já te faz lembrar de muitas coisas boas… Então ouve o Paolo pra se inspirar.

 

*este texto foi originalmente enviado para as mulheres que assinam a minha newsletter. Se você também quiser receber textos especiais e saber de cursos, workshops e outras novidades antes de todo mundo, além de sair do básico, assine a lista aqui.

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